O NATAL por Brian Schwertley
O NATAL*
* Brian Schwertley
Tradução: Rogério Portella
O Princípio Regulador do
Culto possui implicações claras para quem deseja promover a celebração do
Natal. Ele obriga quem deseja comemorar essa data a provar, a partir das
Escrituras, que Deus a autorizou. Isso, na verdade, é impossível. Além do mais,
a celebração do Natal viola outros princípios bíblicos.
O Natal é um monumento à idolatria passada e presente
O dia em que o Natal é celebrado (25 de
dezembro) e quase todos os costumes associados a ele têm origem na adoração
pagã de ídolos. “Muitos habitantes da Terra eram adoradores do Sol porque o
curso de sua vida dependia da rotação desse astro nos céus, e festas eram
celebradas para auxiliá-lo no retorno de viagens distantes. No sul da Europa,
no Egito e na Pérsia, as divindades representantes do Sol eram adoradas com
cerimônias elaboradas no solstício de inverno —como o tempo adequado para
render tributo ao deus benigno da fartura—, enquanto em Roma as saturnais
duravam uma semana. Nas terras do norte, o tempo exato era por volta do dia 15
do mês de dezembro, pois os dias se tornavam mais curtos e o Sol estava fraco e
distante. Dessa forma, esses povos antigos festejavam no mesmo período em que o
Natal é observado hoje.”a Durante o solstício de inverno os babilônios adoravam
Tamuz,b os gregos e romanos adoravam Júpiter, Mitra, Saturno, Hércules, Baco e
Adônis; os egípcios adoravam Osíris e Hórus; os escandinavos adoravam Odim (ou
Vodã). “Entre as tribos germânicas e celtas o solstício de inverno era considerado
um importante ponto do ano, e eles celebravam o festival de Yul —o mais
importante— para comemorar o retorno da ‘roda flamejante’. O azevinho, o visco,
a fogueira de Yule e os filós são relíquias de eras pré-cristãs.”c
O Natal nunca foi celebrado
pela igreja apostólica. Tampouco foi festejado durante os primeiros três
séculos da Igreja. Por volta de 245 d.C., Orígenes (na Oitava Homilia sobre
Levítico) repudiou a ideia da celebração do nascimento de Cristo “como se ele
fosse um faraó”.d Em meados do século IV, várias igrejas ocidentais de língua
latina passaram a celebrar o Natal. Durante o século V, essa festividade se
tornou um dia santo da Igreja Católica Romana incipiente. No ano 534, o Natal
foi reconhecido feriado oficial pelo Estado romano. A razão para o Natal ter se
tornado um dia santo não diz respeito à Bíblia. A Escritura não explicita a
data do nascimento de Cristo. Em nenhum lugar da Bíblia somos incentivados a
celebrar o nascimento de Jesus. O Natal (bem como outras práticas pagãs) foi
adotado pela Igreja de Roma como estratégia missionária. A fusão com o
paganismo como estratégia missionária foi claramente revelada pelas instruções
do papa Gregório Magno aos missionários no ano 601: “Pelo fato de eles [os
pagãos]sacrificarem bois a demônios, alguma celebração deve lhes ser dada em
troca dessa [...] eles devem celebrar uma festa religiosa e adorar a Deus
mediante sua celebração, de forma a manterem os prazeres externos e poderem,
rapidamente, receber alegrias espirituais”.e Esse sincretismo explica a razão
dos costumes do Natal serem completamente pagãos. A árvore de Natal era usada
porque árvores sagradas tinham um papel importante na adoração pagã durante o
solstício de inverno. Na Babilônia, a sempre-verde representava Ninrode voltando
à vida como Tamuz, supostamente nascido de uma virgem, Semíramis. Em Roma,
decoravam-se pinheiros com frutinhas vermelhas para celebrar as saturnais.f Os
escandinavos colocavam pinheiros em suas casas em honra ao deus Odim. “Quando
os pagãos do norte da Europa se tornaram cristãos, transformaram suas
sempre-verdes sagradas em parte da festividade cristã, e decoravam árvores com
nozes douradas, velas (remanescente da adoração ao Sol) e maçãs para
representar as estrelas, a Lua e o Sol.”g O acendimento de fogueiras especiais
e de velas em 24 e 25 de dezembro origina-se no culto ao Sol. O uso de
fogueiras tem sua origem provável no culto prestado a ele pelos druidas. Não se
permitia que a madeira fosse totalmente queimada, parte dela seria usada para
iniciar o fogo do ano seguinte (possivelmente, símbolo do renascimento do
astro). “Os romanos ornamentavam seus templos e suas casas com galhos verdes e
flores para as saturnais, a estação do contentamento e da troca de presentes;
os druidas juntavam visco com uma grande cerimônia e o penduravam em suas
casas; os saxões faziam uso do azevinho, da hera e de louros.”h O fato de o
Natal estar repleto de práticas pagãs é universalmente reconhecido: “Contudo,
muitos cristãos alegam que essas práticas não mais possuem conotações pagãs, e
crêem que a celebração do Natal oferece uma oportunidade para culto e
testemunho”.i Os cristãos dizem não adorar a árvore de Natal, e que as origens
pagãs jazem no passado remoto e tornaram-se inofensivas. Entretanto, esse
conceito, apesar de comum em nossos dias, demonstra a total desconsideração do
ensino bíblico concernente aos ídolos, à parafernália associada à idolatria, e
aos monumentos idolátricos.
Deus odeia tanto a idolatria
que Israel não foi ordenado apenas a evitar o culto aos ídolos. Ordenou-se
especificamente que Israel destruísse todas as coisas associadas com a
idolatria.
Totalmente destruireis todos
os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as
altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda árvore frondosa; e
derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis
a fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu
nome daquele lugar. [...] e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo:
Assim como serviram essas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu.
Assim não farás ao SENHOR teu Deus... (Dt 12.2-4,30,31).*
Quando Jacó saiu para
purificar o campo (i.e., sua casa e seus serviçais) os brincos foram retirados
bem como seus deuses estrangeiros (Gn 35.4), porque os brincos deles estavam
associados com seus falsos deuses. Eles eram sinais de superstição. Quando
Elias foi oferecer seu sacrifício, em uma disputa com os profetas de Baal, ele
não usou o altar pagão, algo criado para os ídolos (p.ex., as saturnais), e
tentou santificá-lo para o serviço de Deus (p.ex., Natal); em vez disso, ele
reconstruiu o altar do Senhor. Os cristãos não deveriam tomar emprestado o
festival pagão de Yule ou as saturnais e vesti-los com roupagem cristã;
deveriam, em vez disso, santificar o dia do Senhor como fizeram os apóstolos.
Quando Jeú se levantou contra os adoradores de Baal e seu templo, ele
porventura poupou o templo e o separou para Deus? Não! Ele matou os adoradores
de Baal: “Também quebraram a estátua de Baal; e derrubaram a casa de Baal, e
fizeram dela latrinas, até ao dia de hoje” (2Rs 10.27).
Além disso, temos o exemplo
do bom Josias (2Rs 23), porque ele não apenas destruiu as casas e os altos de
Baal, mas também seus utensílios, bosque e altares; sim, os cavalos e os carros
dados ao sol. Também o exemplo do penitente Manassés, que não apenas destruiu
os deuses estrangeiros, mas também seus altares (2Cr 23.15). E de Moisés, o
homem de Deus, que não se contentou apenas em executar vingança contra os
israelitas idólatras, a menos que ele pudesse também destruir totalmente o monumento
de sua idolatria. j
Deus não deseja que sua
Igreja use festividades e cerimônias pagãs e papistas, além de sua
parafernália, e as separe para o uso cristão. Ele nos ordena de forma direta a
extingui-las totalmente da face da terra, para sempre. Talvez você não se
ofenda com a fogueira, a árvore de Natal, o visco, as frutinhas vermelhas e a
escolha de uma data pagã para celebrar o nascimento de Cristo, mas Deus se
ofende. Ele ordena que evitemos qualquer contato com os monumentos e com a
parafernália do paganismo.
Caso sua mulher tivesse
levado uma vida promíscua antes de você se casar com ela, você se ofenderia se
ela mantivesse fotos de seus ex-namorados em sua penteadeira? Você se
incomodaria se ela celebrasse os diversos aniversários relativos aos relacionamentos
do passado? Você se ofenderia se ela guardasse e demonstrasse apreço por anéis,
jóias e presentinhos dados a ela por seus antigos namorados? Logicamente você
se ofenderia! O Senhor Deus é infinitamente mais zeloso de sua honra que você:
ele é o Deus zeloso. Israel poderia usar os dias festivos de Baal, Astarote,
Dagom e Moloque para agradar a Deus? De forma nenhuma! A Bíblia deixa muito
claro quais reis de Judá agradaram mais a Deus. Ele é servido quando ídolos,
seus templos, suas vestes religiosas, brincos, casas consagradas, árvores
sagradas, postes, ornamentos, ritos, nomes e dias são eliminados da face da
terra, para nunca mais serem restaurados. Deus deseja que sua noiva elimine
para sempre os monumentos, dias, a parafernália e as recordações da idolatria:
“Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus;
porque com eles se atemorizam as nações. Porque os costumes dos povos são
vaidade” (Jr 10.2,3). “Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é
abominável ao SENHOR, e que o aborrece, fizeram eles a seus deuses” (Dt 12.31).
Os cristãos não devem se
desvencilhar apenas dos monumentos idolátricos do passado, mas também de todas
as coisas associadas à idolatria presente. O Natal é o dia santo mais
importante do catolicismo romano. O nome Natal* provém do romanismo: Christmass
— a “missa de Cristo”. O nome christmas [Natal] une o título de nosso glorioso
Deus e Salvador com a idolátrica e blasfema missa do papado. Dessa forma, o Natal
[christmas] é uma mistura de idolatria pagã e invenções papistas.
A Igreja Católica Romana odeia o Evangelho de
Jesus Cristo. Ela se vale de artifícios humanos, como o Natal, para manter
milhões de pessoas em trevas. O fato de muitos milhares de protestantes que
dizem crer na Bíblia observarem o dia santo católico romano —sem qualquer
mandamento explícito da Palavra de Deus— revela o triste estado do
evangelicalismo moderno. “Não podemos nos conformar, comungar e nos identificar
com os papistas idólatras, ao usar os mesmos [símbolos], sem nos tornarmos a
nós mesmos idólatras mediante nossa participação.”k Nossa atitude deve ser a do
reformador protestante Martin Bucer, que disse:
Desejo do fundo do meu
coração que todos os dias santos, com exceção do dia do Senhor, sejam abolidos.
O zelo com o qual foram inventados, sem qualquer garantia da Palavra, e
seguidos pela razão corrompida, certamente para eliminar os dias santos dos
pagãos... Esses dias santos foram tão conspurcados pelas superstições que me
espanto pelo fato de não estremecermos por ouvir-lhes o nome.l
A objeção comum contrária ao
argumento da abolição desses monumentos pagãos é que esses fatos ocorreram há
tanto tempo que se tornaram inofensíveis para nós. Todavia, essa alegação é
totalmente falsa. Não existe apenas a idolatria do catolicismo romano, há
também o ressurgimento das antigas religiões pagãs tanto na Europa quanto nos
Estados Unidos. O movimento feminista radical revive no presente as deusas da
fertilidade e do Oriente Próximo. A Lei-Palavra de Deus nos diz para tomarmos
cuidado com os monumentos idolátricos. A lei de Deus não perde sua força com o
passar do tempo.
O Natal desonra o dia de Cristo
O dia que Deus separou para
sua Igreja celebrar em comunidade a pessoa e obra de Cristo é o “dia”
denominado “do Senhor”, o primeiro dia da semana, o sábado cristão. O primeiro
dia da semana é o dia em que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. É o dia da
vitória de Cristo sobre o pecado, Satanás e a morte. A humilhação de Jesus e
sua morte sacrificial foram completadas. Ele ressuscitou e será exaltado nos
céus para sempre como Senhor do céu e da terra. “... Ainda que também tenhamos
conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo”
(2Co 5.16). “O dia do Senhor nos foi dado em memória de toda a obra da
redenção”. A idéia de honrar a vida de alguém de modo gradual (este
acontecimento, aquele acontecimento) não procede da Bíblia, mas da adoração
pagã ao imperador. De fato, as únicas celebrações de aniversário registradas em
toda a Bíblia são as do faraó (Gn 40.20) e do rei Herodes (Mt 14.6; Mc 6.21).
As duas festas de aniversário terminaram com assassinatos: a de Herodes com
morte de João Batista.
Deus foi muito generoso para
com seu povo, concedendo-lhe 52 dias santos por ano. Quando os homens adicionam
outros dias (p.ex., Natal, Páscoa etc.), eles tiram algo, maculam ou até deixam
de lado o dia do Senhor. As pessoas preferem e dão mais atenção ao Natal que ao
dia do Senhor. Muitos cristãos passam quase todo o mês de dezembro se
preparando para o Natal, decorando suas casas, escritórios e igrejas, comprando
presentes, assando tortas e bolos, ensaiando e memorizando cantigas, peças
teatrais, recitais de música etc. Muitas pessoas que raramente entram em uma
igreja vão ao culto de Natal. As pessoas normalmente nem piscam por violar o
dia do descanso, fornicar, adulterar e se embriagar; mas consideram fanáticos
alucinados os cristãos que não celebram o Natal.
O
que Jesus deseja de nós não é a observância de algo que ele não mandou, mas sim
do que ele ordenou: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a
guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado’ (Mt 28.19,20). Isto é o que
os apóstolos fizeram. Eles ensinaram todo o conselho de Deus (At 20.27), o que
não incluía o Natal, a sexta-feira santa ou a Páscoa, porque essas não eram
parte das coisas ordenadas por Cristo. Portanto, aquele que entende “o
verdadeiro significado do Natal” (ou da sexta-feira santa ou da Páscoa) é
precisamente quem percebe que essas datas são invenções humanas. E para honrar
a Cristo como único Rei e cabeça da Igreja, essa pessoa não observará essas
adições feitas por seres humanos ao que nosso Senhor ordenou. Tal pessoa deverá
evitar esse costume bastante popular. O mais importante é que ela estará ao
lado de Cristo e dos apóstolos.m
O único dia autorizado por
Deus como dia santo é o dia do Senhor.n Se a Igreja deseja agradar a Jesus
Cristo e honrá-lo, deverá fazê-lo guardando seu dia e sendo exemplo para o
mundo não-cristão. Quando os cristãos tornam o Natal mais especial que o dia do
Senhor, desobedecem aos ensinos de Cristo e desonram seu dia.
O Natal é uma mentira
O cristianismo é a religião
da verdade. Deus não pode mentir. Toda a verdade e todo o conhecimento procedem
de Deus. Jesus Cristo é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). O Espírito
Santo é chamado “o Espírito da verdade” (Jo 16.13). O Evangelho é chamado “a
palavra da verdade” (Ef 1.13). Deus ordena: “Não dirás falso testemunho contra
o teu próximo” (Êx 20.16). Paulo nos diz para “segui[r] a verdade em amor” (Ef
4.15), deixar a mentira e falar a verdade com o próximo para não entristecermos
o Espírito Santo (Ef 4.25,30). Jesus Cristo nos diz que “Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Os
cristãos devem ser sal e luz do mundo (Mt 5.13,16); devem testemunhar ao mundo
falando e vivendo a verdade. A celebração do Natal é compatível com nossa
responsabilidade de falar e viver a verdade perante o mundo? Não, porque o
Natal é uma mentira.
A data usada para celebrar o
nascimento do Cristo, 25 de dezembro, é uma mentira. Segundo a Bíblia, Jesus
não nasceu nesse dia: “Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no
campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho” (Lc 2.8). É de
conhecimento público que os pastores na Palestina voltavam dos campos antes do
inverno. A estação chuvosa na Judéia começa no fim de outubro ou no início de
novembro. Os pastores já teriam voltado com seus rebanhos para as aldeias antes
do início da estação de chuvas. Portanto,Jesus nasceu antes da primeira semana
de novembro.
É evidente que Cristo não
nasceu no meio da estação do inverno. Mas, as Escrituras nos dizem em que estação
do ano ele nasceu? Sim, as Escrituras indicam que ele nasceu no outono. O
ministério público de nosso Senhor durou três anos e meio (Dn 9.27). Seu
ministério teve fim no tempo da Páscoa (Jo 18.39), que ocorre durante a
primavera. Portanto, três anos e meio antes marcariam o início do ministério no
outono daquele ano. Quando Jesus começou seu ministério, ele contava 30 anos de
idade (Lv 3.23). Esta era a idade para o sacerdote começar a exercer seu
ministério sob o Antigo Testamento (Nm 4.3).o
O mundo ama o Natal p
“... Não sabeis vós que a
amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). “Não ameis o mundo, nem
o que no mundo há” (1Jo 2.15).
Quem é o verdadeiro guia? Não deve a Igreja do
Senhor Jesus Cristo servir de exemplo para o mundo? Não é ela o sal e a luz das
nações? É correto que ela siga o modelo pagão? O Natal não se origina na Bíblia
nem na igreja apostólica; é totalmente pagão. O dia, a árvore, a troca de
presentes, o visco, as frutas vermelhas sagradas — tudo isso tem origem nas
festividades pagãs idolátricas do solstício de inverno. A Igreja de Roma
comprometida e apostatada tomou as práticas pagãs e tentou cristianizá-las.
Todos os transgressores da lei, as pessoas que odeiam a Cristo, os adoradores
de ídolos e incrédulos pagãos amam o Natal. Por quê? Porque o Natal não é
bíblico, não procede de Deus, é uma mentira. Satanás, seu mestre, é o pai da
mentira. Ateus, homossexuais, feministas, políticos ímpios, assassinos,
molestadores de crianças e idólatras —todos— amam o Natal. Se essa fosse uma
data bíblica, e sua observância uma ordenança, o mundo o amaria? Com toda
certeza: não! O mundo odiaria o Natal. “Ora, o homem natural não compreende as
coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1Co 2.14). Por acaso o
mundo ama o dia do Senhor, o sábado cristão? Claro que não. O mundo o odeia. O
mundo ama e obedece ao Rei dos reis e Senhor dos senhores ressurreto? Não! O
mundo odeia Jesus. O mundo é capaz de amar um bebezinho de plástico ou de barro
em uma manjedoura. Um bebezinho de plástico não é muito ameaçador. Entretanto,
Jesus não é mais um bebezinho. Ele é o rei glorificado que se assenta à destra
do Pai. “... Ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne,
contudo agora já não o conhecemos deste modo” (2Co 5.16).
A Bíblia ensina que “a
sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus” (1Co 3.19). “Assim diz o
SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios... Porque os costumes dos povos são
vaidade” (Jr 10.2,3). O apóstolo Paulo tinha em mente uma aplicação bem mais
ampla que apenas ao casamento quando disse, “Não vos prendais a um jugo
desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E
que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial?
Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com
os ídolos? [...] Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não
toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co 6.14-17). Quando a Igreja possui
algo em comum relacionado à adoração e à religião com o mundo pagão incrédulo,
ela, nessa área, jaz sob o mesmo jugo que os incrédulos. A Igreja não deve
celebrar um feriado pagão com o mundo pagão. Quanta hipocrisia e impiedade!
Não seja enganado
Paulo nos adverte que
“Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.14). Essa é a razão pela qual
os festivais pagãos em todo o mundo são dias de diversão, dias de comidas
especiais, festas, desfiles, reuniões familiares e de troca de presentes. O
objetivo de Satanás não é simplesmente escravizar indivíduos, mas também
controlar instituições, culturas e nações. O calendário pagão de “dias santos”,
nos quais os festivais pagãos são celebrados no tempo exato a cada ano, é um
recurso inspirado por Satanás para envolver culturas inteiras na rebelião
contra a aliança divina. Ele deseja que pessoas e países sejam escravizados por
rituais pagãos e pelas trevas. Uma cultura está saturada de satanismo quando
festivais, ritos e cerimônias pagãs se tornam tão naturais que não são mais
questionados em determinada sociedade.
Como puderam os cristãos ser
enganados a ponto de celebrar um dia festivo pagão? O dia foi transformado de
um período de trevas em um dia de luz. Como isso aconteceu? É muito simples: a
primeira coisa a ser feita é mentir. Ensine que esse dia é o aniversário de
Cristo. O fato de Jesus não ter nascido nesse dia não importa. Pouquíssimas
pessoas averiguarão os fatos. E quem o fizer será considerado fanático, pessoas
indesejadas como Scrooges* modernos. A seguir, transforme a data em um dia de
reunião familiar, com presença obrigatória de todos. Que coisa maravilhosa: um
dia para a família toda jantar junta e apreciar seus valores. Faça-o também um
dia de presentes e de caridade, um dia de se preocupar com o próximo e de
partilhar. Quem se oporia a isso? A seguir, dedique-o a todas as crianças do
mundo, um dia repleto de lembranças agradáveis. É um dia de sentimentalismo
intenso. Não corre uma pequena lágrima de seu olho quando você pensa em pais e
irmãos reunidos perto da árvore? Certifique-se de que todas as cidades
(independentemente do tamanho) estejam decoradas a caráter. Mantenha a
indústria do entretenimento a todo o vapor com artigos especiais, filmes,
espetáculos e recitais. Exerça pressão em sua comunidade, local de trabalho,
igreja e família sobre quem não celebra o dia para que seja considerado
perversor da verdade ou desconectado da realidade.
Essa estratégia tem sido
efetiva? Sim, e muito. Houve um tempo quando presbiterianos e congregacionais
disciplinavam irmãos pela celebração do Natal. Para os protestantes da ala
calvinista da Reforma, a celebração desse dia foi impensável durante quase 300
anos. Agora se você for presbiteriano e não celebrar o Natal, irmãos da mesma
denominação pensarão que você é fanático. Os protestantes têm sido enganados,
iludidos, ludibriados e tapeados por terem esquecido o Princípio Regulador do
Culto a Deus: “Toda a Palavra de Deus é pura: escudo é para os que confiam
nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas
achado mentiroso” (Pv 30.5,6). Haveria apenas uma razão aceitável para o
cristão celebrar o Natal, e ela seria uma ordem direta da Palavra de Deus para
assim proceder. Visto que não há uma instrução implícita ou explícita para agir
dessa forma, sua celebração é proibida.
Respostas comuns dadas por cristãos para a celebração do Natal
I.
O texto de Romanos 14.5,6 não permite aos cristãos a celebração
do Natal?
“Um faz diferença entre dia
e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro
em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que
não faz caso do dia para o Senhor não o faz” (Rm 14.5,6a).
1.
Paulo, em sua epístola aos Romanos, lidava
com uma situação única na igreja primitiva. Havia judeus crentes que
“consideravam os dias santos da economia mosaica como dotados de santidade
permanente”.q Os “dias” mencionados em Romanos eram dias ordenados por Deus na
antiga economia. Paulo menciona “os dias santos e cerimoniais da instituição levítica”.r
Quase todos os comentaristas concordam com essa interpretação.s Paulo permite a
diversidade na Igreja a respeito desses dias santos judeus por causa de
circunstâncias histórias exclusivas. Quando Jesus Cristo morreu na cruz, os
aspectos cerimoniais da lei (p.ex., sacrifícios de animais, dias santos,
circuncisão etc.) foram cumpridos. Entretanto, antes da destruição de Jerusalém
e do templo no ano 70 d.C., os apóstolos permitiram certas práticas por parte
dos cristãos de origem judaica desde que se não lhes atribuísse a justificação.
Em Atos 21.26, encontramos o apóstolo Paulo indo ao templo “anuncia[r] serem já
cumpridos os dias da purificação”. Aos judeus crentes acostumados a manter
certos dias santos da economia mosaica foi permitida a continuação dessas
práticas durante certo tempo. Porém, destruído o templo, completado o cânon das
Escrituras, e a existência da Igreja durante uma geração completa, essas
circunstâncias históricas únicas findaram. E mesmo que essa passagem posse
aplicável à situação presente, ela não poderia ser utilizada para justificar o
Natal, porque os dias mencionados por Paulo não foram “cristianizados” a partir
de dias santos pagãos nem de dias santos arbitrariamente estabelecidos por
seres humanos. Portanto, se essa passagem ainda fosse aplicável em nossos dias,
ela seria usada apenas para justificar a celebração privada dos dias santos
judaicos por crentes judeus “fracos” na fé. Ela não pode ser usada como
justificativa para dias estabelecidos por seres humanos ou dias pagãos não
ordenados por Deus.
2.
Essa passagem não apenas não permite aos
cristãos celebrar o Natal, mas ela também proíbe a celebração de cultos de
Natal de qualquer tipo, bem como festas natalinas. Paulo permite a diversidade
na Igreja a respeito deste assunto (i.e., os dias santos dos judeus). Ambos os
grupos devem se aceitar mutuamente em busca de paz e unidade na Igreja. O dois
lados crêem obedecer a Palavra de Deus. “A conformidade forçada ou a pressão
exercida com o objetivo de assegurar a conformidade anula os objetivos aos
quais as exortações e reprimendas são dirigidas.”t Dessa forma, seria errado
que os crentes judeus fracos levassem a Igreja a ter um culto de adoração em
honra de um dia santo cerimonial, porque os crentes gentios fortes não se
sentiriam compelidos a estar presentes nesse culto pública a Deus. Portanto,
aqueles que celebravam os dias santos judaicos faziam-no em particular para o
Senhor. Quem usa essa passagem para justificar a celebração do Natal deveria,
da mesma forma, sentir-se forçado pela injunção de Paulo a manter o dia em
caráter privado. Então, cultos natalinos e festas de Natal na Igreja deveriam
cessar pela violação da liberdade cristã de não celebrar essa data. É claro que
pelo fato de o Natal não ser ordenado por Deus e constituir um monumento à
idolatria,sua celebração é proibida.u
Pastores
e presbíteros que autorizam a celebração do Natal abusam de seu ofício. O
pastor e os líderes de uma igreja recebem sua autoridade de Deus. Eles são
responsáveis por reger a igreja de acordo com a Palavra de Deus. Quando
pastores e presbíteros autorizam o culto especial de Natal, eles o fazem por
conta própria, pois não há garantia da Palavra de Deus para proceder assim.
Portanto, neste ponto ele não age de modo diferente de um papa ou bispo,
introduzindo invenções humanas na Igreja. As pessoas na igreja que se recusam a
tomar parte no dia festivo pagão-papal, que se recusam a adorar a Deus de acordo
com a imaginação humana, que se recusam a adorar a Deus sem autorização divina,
são forçadas pela liderança local a permanecer em casa em vez de estarem
presentes ao culto público a Deus. Portanto, neste ponto, muitos presbíteros
atuam como papas, prelados e tiranos em detrimento do rebanho de Deus por
tirarem a liberdade que temos em Cristo para adorar a Deus como corpo “em
espírito e verdade”, publicamente, no dia do Senhor.
Os judeus nos dias da
rainha Ester não estabeleceram um dia santo não-autorizado pela lei de Moisés?
Este exemplo não permite que a Igreja estabeleça dias santos (p.ex., Natal)
não-autorizados pela Bíblia?
1. Quase não há semelhanças entre o Natal e Purim. Purim
consiste em dois dias de ação de graças. Os acontecimentos do Purim são:
“alegria e gozo, banquetes e dias de folguedo [...] e [o envio de] presentes
uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 8.17; 9.22). Não havia culto público,
atividades dos levitas e nem cerimônias. Os dois dias de Purim têm mais em
comum com o dia de ação de graças e com jantares de família que com o Natal.
Essa data certamente não é a justificativa para os cultos natalinos. Sua
celebração é mais precida com os dias de ação de graças, que ainda são
permitidos, e não com os dias santos cerimoniais do sistema levítico. De fato,
os teólogos de Westminster usaram a celebração de Purim como texto-prova para a
autorização de dias de ação de graça (Et 9.22).v
2. Purim foi um acontecimento histórico único na história
da salvação de Israel. O festival foi decretado por autoridaded civis: pelo
primeiro ministro Mardoqueu e pela rainha Ester. O povo concordou de forma
unânime. A ocasião e autorização de Purim estão escritas na Palavra de Deus e
foram aprovadas pelo Espírito Santo. O imperativo bíblico de não adicionar nem
subtrair aplica-se às leis e adoração estabelecidas por seres humanos. Ela
certamente não proíbe o Espírito Santo de completar o cânon da Escritura e
instituir novas regulamentações.
3. O Natal é intrinsecamente imoral por ter sido
estabelecido sobre monumentos da idolatria pagã. Não há nada errado um país
manter um dia de ação de graças por um ato especial de libertação divina.
Contudo, há algo muito errado quando uma igreja corrupta tenta dar
características cristãs a vestimentas pagãs; e algo muito errado quando
protestantes conspiram com a Igreja corrupta de Roma e usam o piedoso Mardoqueu
como desculpa.
III. Não se questiona
que o Natal não tenha lugar no culto público a Deus, mas não seria correto
celebrá-lo em particular?
O problema com esse conceito
é o pressuposto de que o Princípio Regulador do Culto seja restrito apenas ao
culto público. Não existe evidência bíblica para apoiar o uso do Princípio
Regulador apenas nessa ocasião. De fato, a Bíblia apoia o conceito oposto. Caim
foi condenado por uma inovação no culto particular (Gn 4.2-8). Noé, em um culto
familiar, ofereceu animais limpos a Deus (Gn 8.20,21). Deus se agradou e
aceitou a oferta de Noé a favor de si mesmo e de sua família. Abraão, Jacó e Jó
ofereceram sacrifícios a Deus em cultos particulares ou familiares de acordo
com a Palavra de Deus. Deus aceitou essas ofertas legais. A idéia de
permissibilidade de inovações no culto em família ou particular não é bíblica;
é totalmente arbitrária por não se basear na revelação divina. Se uma novidade
desagrada a Deus no culto público, como ela poderia agradá-lo no culto
particular? Se fosse assim, de acordo com essas premissas, poderíamos possuir
em casa pequenas capelas onde queimaríamos incenso, vestiríamos sobrepelizes,
mitras, evitando apenas o uso dessas coisas em cultos públicos?
Existem algumas diferenças
entre o culto público e o particular (p.ex., o culto particular pode ser feito
duas ou três vezes por dia, ao passo que o culto público deve ser realizado
pelo menos uma vez a cada dia do Senhor). Indivíduos nas denominações
reformadas que trouxeram inovações não-bíblicas como o Natal, mulheres
ensinando Bíblia e teologia para homens em estudos bíblicos e aulas de escola
dominical, a introdução de hinos e melodias de Natal etc., não procuram
justificar essas práticas mediante a Escritura. Em vez disso, elas
arbitrariamente regulamentam essas atividades sem consultar o Princípio
Regulador do Culto ao dizer que elas se encontram na esfera do culto particular.
Pastores e rebanhos se encontram tão apaixonados por essas inovações que partem
para a mistificação. Agem como se pastores, papas ou bispos possuíssem
autoridade para transformar o culto particular (no qual presumem a permissão da
autonomia humana) em culto público (onde a Palavra reina suprema) ao dizer:
“Agora tem início o culto público a Deus”. Em que parte da Bíblia o culto
público é relegado a poucas horas no dia do Senhor?w Jesus Cristo disse:
“Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio
deles” (Mt 18.20). Como pode uma mulher ensinar homens em particular no
domingo? Como poderiam cinquenta pessoas cantar canções natalinas no culto
particular? Não presuma a permissão divina para inovações e autonomia humana no
culto particular. Tente prová-las pela Palavra de Deus. Você não conseguirá.
Não declare arbitrariamente que suas práticas se referem ao culto particular
quando são próprias do culto público. Os rabinos do passado justificavam todo
tipo de coisas sem sentido com o mesmo raciocínio. A Bíblia diz: “um pouco de
fermento faz levedar toda a massa” (1Co 5.6; Gl 5.9). Quando presbíteros e
pastores presbiterianos pararam de disciplinar membros da igreja por causa da
celebração doméstica do Natal nos séculos XIX e XX, praticamente permitiram que
o fermento pagão-papista do Natal se espalhasse. De fato, foi o que aconteceu.
Deve-se procurar bastante para encontrar um lar de presbiterianos onde a
invenção papista não seja celebrada.x
IV. Nós
não celebramos o Natal. Para nós o dia é apenas um dia comum em família. O que
poderia haver de errado nisso?
Há 365 dias no ano. É
interessante que o dia anual da reunião da família ocorra exatamente em 25 de
dezembro? Por acaso vocês não estariam imitando seus vizinhos pagãos e sua
cultura? Vocês não estariam celebrando o dia, como os demais e apenas
declarando o secular como justificativa ou desculpa? Se você estiver passando
um dia agradável em família, você encherá sua sala com monumentos e lembranças
da idolatria passada e presente? Você diz ser apenas um dia secular em família,
mas você tem uma árvore de Natal, sempre verde, visco, presentes, velas e
cantigas. É óbvio que vocês celebram o Natal da mesma forma que os papistas. A
verdade é que se vocês eliminarem toda a parafernália pagã do Natal, então
provavelmente não se incomodarão em celebrá-lo. O dia pagão perderia seu
fulgor, charme e atração emocional. Como cristãos devemos nos dedicar à
família. Devemos nos reunir com nossos parentes e usufruir mutuamente de sua
companhia. Mas não precisamos de um dia de festa pagã para fazê-lo.
Conclusão
Se a Igreja de Jesus Cristo
deve sersal e luz para nossa cultura degenerada, ela deve purificar a própria
casa. Mais e mais cristãos têm tentado impactar positivamente nossa cultura
pagã. Eles tentam resgatar a data do humanismo secular e do estadismo. Esse
novo envolvimento é necessário, mas ele não será bem-sucedido até que a Igreja
retorne à pureza doutrinária e do culto alcançada pela ala calvinista da
Reforma. O Estado romano pagão com todo o seu poder não conseguiu destruir a
Igreja cristã. A Igreja prosperou a despeito da tirania e da opressão do
Império Romano. O que causou o colapso da Igreja foi a decadência interna. A
corrupção da doutrina e do culto na Igreja a tornaram uma fonte de
heresia,superstição, idolatria e tirania.
O evangelicalismo moderno se
encontra em um sério estado de declínio. O movimento de crescimento da igreja,
o movimento ecumênico, o pragmatismo e a manutenção da paz têm precedência
sobre a integridade doutrinária e o culto puro. Como resultado, o
evangelicalismo moderno é frouxo, comprometido, impotente e morno. Não é
simples coincidência que a Igreja tenha tido um impacto mais positivo sobre a
sociedade e a cultura quando sua doutrina e culto eram mais puros (p.ex., o
segundo período da Reforma na Escócia, 1638). Só quando retornarmos ao culto
bíblico rejeitaremos a autonomia humana
Sobre
o autor Brian Schwertley é mestre em Teologia (Seminário Episcopal Reformado,
1984). Casado há mais de duas décadas com Andréa, é pai de cinco filhos. Ele
foi ordenado presbítero docente pela Igreja Presbiteriana Reformada dos Estados
Unidos, em janeiro de 2001, e fundou a Igreja Cristã Calcedônia de Haslett. É
pastor da Igreja Presbiteriana Reformada da Aliança, de Manawa, desde agosto de
2004. Foi preletor do Simpósio “Os Puritanos” em junho de 2001 no Recife
(Brasil). Em português foram publicados, de sua autoria, O modernismo e a
inerrância bíblica (São Paulo: Os Puritanos, 2000, 64p.) e Sola Scriptura e o
Princípio Regulador do Culto (São Paulo: Os Puritanos, 2001, 207p.)
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*No texto original, esta é a
segunda parte do artigo intitulado The Regulative Principle of Worship and
Christmas [O Princípio Regulador do culto e o Natal]
(http://reformed.com/pub/xmas.htm#C3). A primeira trata exclusivamente do
Princípio Regulador do Culto (conjunto de diretrizes que regem o culto cristão
ensinadas pelo próprio Deus em sua Palavra). Ainda que a aplicação do Princípio
seja uma questão derivada da teologia teocêntrica do culto reformado, as razões
apresentadas pelo irmão Schwertley para a não-celebração do Natal são
aplicáveis a todos os ramos do cristianismo protestante. [N. do T.]
aEncyclopedia Britannica (1961 ed.), vol. 5, p. 643. b “Muito antes do século
IV, e bem antes da era cristã, um festival era celebrado entre os pagãos,
exatamente na mesma época, em honra do nascimento do filho da rainha do céu
babilônica; e pode-se prezumir com justiça que, a fim de conciliar os pagãos, e
aumentar o número de adeptos nominais do cristianismo, o mesmo festival foi
adotado pela Igreja Romana, dando-lhe apenas o nome de Cristo” (Alexander
Hislop, The Two Babylons [Neptune, N.J.: Loizeaux Brothers, (1916) 1943], p.
93). cEncyclopedia Britannica (1961 ed.), vol. 6, p. 623. d Ibid., vol. 5, p.
642.
eBeda, Ecclesiastical
History of the English Nation, (citado em Encyclopedia Britannica, (1961 ed.),
vol. 5, p. 643). fAs saturnais, como o Natal, era o tempo para trocar
presentes. Bonequinhas eram populares — pelo menos por uma razão desagradável:
simbolizavam mito de que Saturno devorava todos os recém-nascidos do sexo
masculino para ter certeza de morrer sem deixar herdeiros (The United Church
Observer, Santa’s Family Tree, Dec. 1976, p. 14). gWorld Book Encyclopedia,
(1955 ed.), vol. 3, p. 1425. hEncyclopedia Britannica, vol. 5 p., 643. iG. Lambert, Zondervan Pictorial Encyclopedia of the
Bible, (Grand Rapids: Zondervan, 1975, 1976) vol. 1, p. 805.
*Todas as referências
bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada: Edição Corrigida e Revisada Fiel ao
Texto Original de João Ferreira de Almeida (São Paulo: Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil, 1994). jGeorge Gillespie, English Popish Ceremonies,
(n.p., 1637), Part III, p. 19.
*Christmas, o autor se
refere ao vocábulo inglês. [N.
do T.] kGillespie, Part III, p. 35. lMartin Bucer citado em William Ames, A
Fresh Suit Against Human Ceremonies in God’s Worship, (n.p., 1633), p. 360.
mG. I. Williamson, On the
Observance of Sacred Days, (Havertown: New Covenant Publication Society, n.d.),
p. 9-10. nNa Bíblia não há nenhum dia que seja ordenado para ser guardado como
santo sob o Evangelho, senão o dia do Senhor, que é o sábado cristão. Os dias
de festa, comumente chamados de dias santos, não tendo base na Palavra de Deus,
não devem ser continuados (O diretório de culto de Westminster [1645], São
Paulo: Os Puritanos, 2000, p. 66).
oRalph Woodrow, Babylon
Mystery Religion, (Riverside: Ralph Woodrow Evangelistic Association, 1961), p.
160-1. pÉ claro que o mundo ama cachorrinhos, torta de maçã e beisebol, mas
essas coisas não possuem significado religioso. Elas não estão associadas com
Cristo nem são mandamentos religiosos.
*Ebenezer Scrooge:
personagem da história de Charles Dickens, Um conto de Natal, caracterizada
pelo desprezo em relação à pessoas e também à celebração do Natal. [N. do T.]
q John MURRAY, Romanos
(Comentário Bíblico Fiel), São José dos Campos: Fiel, 2003) p. 539. r Ibid., p.
673. sDe 24 comentários consultados, apenas um contemplava a possibilidade de
não serem dias ligados à economia mosaica.
tMurray, p. 178. uEm Gl
4.10,11 e Cl 2.16,17 a guarda de dias é concenada por Paulo por sua conexão
nesses casos com heresias. A situação em Roma era diferente. Os dias eram
guardados por causa de má-compreensã. Não havia o envolvimento de heresias e
aplicação de justiça derivada de obras. vConfissão de fé de Wetminster, (1647),
cap. XXI, seção 5, texto-prova (a).
wO povo de Deus é a Igreja;
quer se reúnam em edifício próprio, celeiro, estacionamento ou casa. Quando os
cristãos se juntam para ouvir a Palavra de Deus, há uma reunião da igreja.
Trata-se de culto público quer ele comece às 7h ou às 23h. O culto público deve
ocorrer no dia do Senhor, mais isto não significa que o culto público esteja
limitado a um dia apenas.
xComo demonstramos antes, o
Natal é um monumento à idolatria passada e presente; portanto, mesmo sem a
intervenção do Princípio Regulador do Culto é errado celebrá-lo no lar, no
escritório, na igreja, no clube etc.
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